domingo, 28 de julho de 2013

28 de julho de 1938 – Morre o Rei do Cangaço

Por: Alice Melo



Provavelmente traído por um membro de seu próprio bando, Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, morreu numa emboscada preparada pela “coluna volante” (nome dado à polícia armada oficial) em um de seus esconderijos mais seguros, no sertão de Alagoas. Juntamente com Lampião, foram assassinados sua mulher Maria Bonita, e outros nove cangaceiros.


O bando de Lampião acordou antes do sol nascer para fazer sua reza matinal e tomar café. Durante a noite, oficiais da coluna volante cercaram o acampamento sem que os trinta e quatro cangaceiros adormecidos pudessem perceber. Assim, quando o grupo percebeu o cerco, já era tarde demais. Os policiais dispararam suas armas incessantemente. Lampião foi um dos primeiros a morrer, pelo cano do fuzil do Cabo João Bezerra, o qual ficou conhecido como o homem que matou o Homem. Já falecido, com a face deformada por uma coronhada, Lampião foi decapitado, para que sua cabeça fosse exposta, depois, em quase todos os estados nordestinos. O ataque durou cerca de 20 minutos e tirou a vida de onze membros do bando.


O que representou uma grande vitória para a polícia oficial do Estado Novo significou para uma parte da população do Nordeste uma derrota: a morte de um mito, símbolo de coragem e resistência do Agreste brasileiro. Ao mesmo tempo que Lampião era temido, era admirado. Chefiou um bando de cangaceiros que lutavam por uma liberdade selvagem, utópica. Após o assassinato do mito, muitos cangaceiros de outros grupos se entregaram à polícia para pouparem suas cabeças e, assim, em dois anos, terminou de vez o fenômeno social do Cangaço.



O Rei do Cangaço

Virgulino entrou para o Cangaço em 1920, para vingar a morte de seu pai, que fora assassinado por um delegado. Juntou-se ao bando de Sinhô Pereira, e logo depois assumiu a liderança do grupo. Em pouco tempo se tornou um dos bandidos mais conhecidos e temidos do Brasil. Sua fama ultrapassava nossas fronteiras, fazendo com que ficasse famoso até no exterior.

Acredita-se que Virgulino tenha recebido o apelido quando modificou seu fuzil para que o tiro fosse mais rápido do que o comum: a faísca que era produzida ao disparar a arma fazia com que parecesse um lampião.

O mito de Lampião foi endossado com os anos: ele era um forasteiro cujo conhecimento detalhado do agreste nordestino impedia que fosse capturado. Quando Getúlio Vargas instaurou o Estado Novo prometeu acabar com todos os focos de desordem no território nacional, investindo em uma dura perseguição a Lampião e seu bando, que eram procurados em todos os estados nordestinos. Não tardou para que a perseguição fosse bem sucedida.

Fonte: Blog Hoje na História. CPDOC/Jornal do Brasil. Disponível em: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=22689

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