segunda-feira, 29 de abril de 2013

Qual a função dos blogs?

Por Mauro Souza Ventura 

Qual é a função dos blogs? O que é mais importante: ter audiência ou ser relevante no seu segmento? E as postagens pagas? O blogueiro que recebe para escrever sobre tal assunto não deveria informar seus leitores sobre essa prática? Uma coisa é um anúncio no lado esquerdo ou direito da página; outra muito diferente é a matéria paga.
Gosto de pensar nos diários virtuais como uma alternativa de informação e de opinião à grande mídia. Transparência e independência são, ou deveriam ser, os valores supremos de um blog.
Afinal, blog não precisa obrigatoriamente de propaganda para sobreviver. Se correr atrás de audiência, ou se pautar seus posts por esse critério, o blog acabará reproduzindo a grande mídia.

O mesmo vale para os blogs de portais. Se estão lá, é por que se pautam pela audiência, pelo entretenimento, por critérios de noticiabilidade na maioria das vezes viciados. Portais currais, como já disse André Lemos.

Também me incomoda o excesso de opinião nos blogs. A opinião sozinha quase nada vale. É preciso estar apoiada em informação ou em análise.A repercussão de assuntos, ou a prática de reblogar aquilo que se viu em outro site ou blog, não pode ser a matéria-prima principal de um blog. Se não vira clipping.

Se um blog deseja firmar-se enquanto espaço jornalístico, então precisa deixar bem clara essa posição. Os blogs não podem repetir a grande imprensa.

Afinal, o que os define é o viés colaborativo, seja do ponto de vista tecnológico (pela exclusão dos intermediários), seja no aspecto de conteúdo.

Fonte: Blog Jornalismo Digital. Disponível em: http://jornalismodigitalunesp.blogspot.com.br/2008/07/funo-dos-blogs.html

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Textos didáticos sobre História da América


A Universidade Estadual de Londrina disponibiliza diversos textos didáticos sobre a História da América.O material foi produzido em 2004, pelos alunos do Curso de História. A coletânea é fruto da preocupação de tornar utilizável a produção dos acadêmicos na rede publica. Louvável iniciativa, que deveria ser seguida pelos cursos de licenciatura, não só os de História mas também de todas as áreas do conhecimento.

A coletânea está disponível no seguinte endereço: http://www.uel.br/pessoal/jneto/arqtxt/Textosdidaticos-HistoriaAmerica.pdf

Está aí uma boa recomendação de material para se trabalhar em sala de aula.

26 de abril de 1986: O terrível acidente de Chernobyl

Por: Lucyanne Mano
Imagem: Reprodução Blog Hoje na História

Um acidente na usina nuclear soviética de Chernobyl, localizada perto de Kiev, propagou radioatividade por mais de 1 mil 500 quilômetros de distância, atingindo até os países escandinavos. Índices anormais de radioatividade começaram a ser observados na Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia antes do anúncio oficial do governo de Mikhail Gorbatchov.

O sinal de alarme foi dado quando um empregado da central nuclear sueca de Forsmark passou pela manhã no controle de entrada e foi constatada radioatividade em sua roupa. Chegou-se a decretar estado de alarme ante a suspeita de que houvera algum vazamento na própria central. A esta altura já estava estabelecido, pelos teores de iodo e cobalto na radiação, que só poderia se tratar de um acidente em central nuclear. 

As autoridades soviéticas foram obrigadas a pedir ajuda técnica a países ocidentais como Alemanha e Suécia. Formou-se uma nuvem radioativa invisível, liberada com a destruição do núcleo do reator, que afetou sobretudo a Polônia, a Escandinávia e o Reino Unido. 

As causas do acidente foram falhas humanas, e de projeto do reator, o qual explodiu quando eram realizados testes de eficiência. A ausência de um vaso de contenção de aço ou concreto ao redor do coração do reator foi apontada por técnicos e cientistas ocidentais como a principal responsável pelos danos causados às populações e ao meio ambiente. 

No reator soviético, a reação em cadeia era moderada por grafite, a qual se incendiou ao entrar em contato, em altas emperaturas, com o oxigênio do ar. Segundo informações vinda de Kiev, 80 pessoas morreram imediatamente e 2 mil faleceram a caminho do hospital Oktober, que estava superlotado. Os mortos foram jogados num depósito de dejetos radioativos. Mas Chernobyl era muito pior do que parecia. A grande tragédia ainda estava por vir... Era questão de tempo. 

O número de mortos jamais será definido
Os efeitos da radiação sobre o organismo dependem fundamentalmente da dosagem e do tempo de exposição. Para uma pessoa exposta a uma dose maciça de radioatividade a conseqüência mais provável é a morte imediata. Uma exposição prolongada a uma pequena dose de radiação pode acarretar a morte por câncer anos depois.


O total de mortes resultantes do acidente de Chernobyl será sempre uma incógnita. Os sobreviventes do acidente enfrentam graves doenças, entre as quais a mais frequente é o câncer de tireoide, causada pela grande quantidade de iodo 131 liberado na explosão, e que ao ser ingerido ou inalado fica concentrado na glândula tireóide. Além de uma série de anomalias.

Nota ao Público


Série Pensadores: Fernando Pessoa


terça-feira, 9 de abril de 2013

O Último Aniversário de Anne Frank (1939)


Foto rara de Anne Frank (2º à esquerda) durante seu décimo aniversário, com as amigas na festinha de seu décimo aniversário. Este foi seu último aniversário antes da guerra. Anne Frank foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do holocausto, que morreu aos quinze anos de idade num campo de concentração.

CQC conversa com militares que comemoram golpe de 64

O CQC conversou com um grupo de militares que comemorou o aniversário de 49 anos do golpe militar no Brasil. No evento, alguns presentes defenderam uma nova ditadura no Brasil e criticaram a presidente Dilma Rousseff por criar a Comissão da Verdade. 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Fora da linha


Criada em 1854 pelo Barão de Mauá, primeira ferrovia do Brasil quase desapareceu
Por: Mauro de Bias

Fora da linha -- Criada em 1854 pelo Barão de Mauá, primeira ferrovia do Brasil quase desapareceu
Caminhando pelo distrito de Piabetá, em Magé, na Baixada Fluminense, ela pode passar despercebida, mas sua importância não é pequena. Soterrada por asfalto, canteiros e ocupações irregulares, jaz a primeira ferrovia construída no Brasil, a Estrada de Ferro Barão de Mauá. Tombada pelo patrimônio histórico, a linha de 14 quilômetros, que vai de Guia de Pacobaíba a Raiz da Serra, está em grande parte tão danificada que já desapareceu.
Para reativar a linha, foi formado um grupo de trabalho que deve contratar nos próximos meses um levantamento completo do estado atual do patrimônio. Mas os desafios são muitos, conforme explica Antonio Pastori, representante da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF) no grupo. “Magé tem dívidas com a União e o Iphan não tem verba para bancar o projeto”, comenta.
As soluções estudadas envolvem a inclusão do projeto na Lei Rouanet, de incentivo à cultura, e a criação de uma parceria público-privada com algum investidor. “Mas a lei está passando por uma revisão e, enquanto isso não se resolve, não podemos fazer nada com ela”, lamenta Pastori.
Cristina Lodi, superintendente do Iphan-RJ, ressalta que os custos são altos e a restauração, incerta. “Vamos contratar um estudo para saber exatamente o estado do patrimônio. Tudo vai depender do que a gente encontrar”, diz a dirigente, que vê na remoção de famílias o maior desafio.
No entanto, Cristina acredita que o primeiro passo já foi dado, a criação do grupo de trabalho. “Sem esse esforço de várias entidades, não iríamos conseguir nada”, afirma. Participam das reuniões o Iphan-RJ, o Iphan nacional, diversos secretários municipais de Magé, a AFPF e o governo do estado. Uma vez iniciado, a previsão é de que o levantamento do patrimônio leve 14 meses.
Segundo Carlos Gabriel Guimarães, professor de história da UFF, a ferrovia representa a riqueza histórica da Baixada Fluminense e a economia movimentada do Brasil no século XIX. Criada em 1854, a linha escoava a produção de café do Vale do Paraíba ao porto do Rio de Janeiro, com uma conexão por navio entre Magé e a capital. No entanto, com a concorrência da Estrada de Ferro D. Pedro II, que ligou Barra do Piraí ao porto em 1864, a linha logo entrou em decadência.
Guimarães defende a recuperação do patrimônio. “A linha deveria ser modernizada. Sem dúvida, ela é importante para a memória do país. Não só a ferroviária, mas também o que foi o século XIX. O Brasil foi um império importante, teve seu papel no cenário mundial”, conclui.
Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional. Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/em-dia/fora-da-linha

5 de abril de 1968 – Governo proíbe o funcionamento da Frente Ampla

Reprodução: Blog Hoje na História


Por meio de uma Portaria do Ministério da Justiça, divulgada pelo programa radiofônico Voz do Brasil e publicada no Diário Oficial, o governo militar proibiu qualquer atividade política da Frente Ampla – manifestações, reuniões, comícios, passeatas e desfiles – em todo o território nacional, ameaçando prender os políticos cassados que desrespeitassem a nova ordem. O líder do MDB na Câmara, deputado Mário Covas, convocou todos os parlamentares da oposição ao regime para estudarem a Portaria, assim que soube da notícia.

Para Covas, a Portaria representou “um ato de violência que fere a própria legalidade instituída pela Revolução de 1964, e inicia a escalada para a ditadura franca”.

Além de proibir a existência da Frente Ampla, numa decisão que surpreendeu a classe política – inclusive as lideranças do Governo no Congresso – a Portaria, baseada na “legislação revolucionária” sobre os políticos cassados, determinou à polícia que prendesse em flagrante quem, estando banido politicamente, fizesse pronunciamentos sobre a Frente ou desenvolvesse atividade política.

O decreto também mandou apreender jornais, revistas e quaisquer publicações que divulgassem atividades da Frente ou pronunciamentos de políticos cassados. Contra os políticos e os órgãos de divulgação que infringissem tais normas haveria instauração imediata de inquéritos policiais.

A atitude do Governo contra a Frente despertou, nos meios políticos, a convicção de que se iniciara uma nova fase de endurecimento político no país. Inconformado com a Portaria, o ex-governador da Guanabara, Carlos Lacerda, informou que iria entrar em contato com seus advogados para ver como poderia resolver esta situação. Saberia mais tarde que nada poderia fazer para impedir a ruína da Frente Ampla e das iniciativas democráticas nos “Anos de Chumbo”.

Criada em 1966 como via de oposição ao Regime Militar, instaurado em 1964, a Frente Ampla tinha como seus líderes antigos rivais políticos (Carlos Lacerda, João Goulart e Juscelino Kubitschek), que se uniram em um grupo que se opunha à ação antidemocrática do Governo. Antes de ser proibida, a Frente se aproximou dos movimentos estudantil e trabalhista, promovendo comícios que enfatizavam a luta contra as políticas estudantil e salarial.

Fonte: Blog Hoje na História/CPDOC Jornal do Brasil. Disponível em: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=20377