quinta-feira, 21 de junho de 2012

1948 - Disco LP é lançado e inaugura nova era da indústria fonográfica


Por  Max Altman

A era de ouro do disco de vinil teve início no final da década de 1940 e se estenderia até o final dos anos 80. No dia 21 de Junho de 1948, a Columbia Records apresentava ao público no hotel Waldorf Astoria, em Nova York, o disco LP (Long Play) de 33 1/3 rpm (rotações por minuto). A revelação tornou ultrapassados os antigos discos de acetato, de 78 rotações.
Os novos discos de vinil eram mais leves, maleáveis e resistentes a eventuais quedas e batidas. No entanto, a grande novidade é que poderia armazenar um número muito maior de canções, em vez de uma canção por face dos discos anteriores, a par de uma melhor qualidade sonora.
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Imagem: Divulgação OperaMundi

No ano seguinte, a RCA Victor lançaria o primeiro LP de 45 rpm. As rotações foram diminuindo e se consolidava o disco de vinil, um novo, mais qualificado e econômico meio de reprodução musical.

Produzidos com micro-sulcos em forma espiral, permitiam que a agulha do toca-discos lesse a informação gravada. A vibração provocada pelo toque da agulha no disco era transformada em sinal elétrico que, amplificado, reproduzia a música.

O presidente da Columbia, Ted Wallerstein, apresentou aos seus engenheiros e assessores uma ideia bastante simples: gostaria de ouvir todo um movimento de uma sinfonia em um único lado do álbum. Ward Botsford, escrevendo para o High Fidelity Magazine, relatou: "Ele não foi o inventor, foi simplesmente um homem que lançou uma ideia em boa hora, convencendo centenas de seus colaboradores a dar vida a um avanço na indústria fonográfica".

Em 1948, a Columbia apresentou o formato de gravação Long Playing "microssulco" LP, que girava a 33⅓ rotações por minuto, o que viria a ser o padrão para os toca-discos por cerca de meio século. No começo dos anos 1940, a  Columbia havia tentado com gravações em alta fidelidade, o que pavimentou o caminho para o lançamento bem-sucedido do LP em 1948. Um dos discos que ajudou a firmar o novo padrão para os amantes de música foi a regravação em LP de dez polegadas do The Voice of Frank Sinatra (A Voz de Frank Sinatra), o primeiro álbum pop gravado no novo formato, originalmente prensado em março de 1946 em álbum de quatro discos de 78 rpm.

Os novos LPs da Columbia eram particularmente adequados às longas peças de música clássica. Os primeiros álbuns apresentaram artistas como Eugene Ormandy e a Orquestra Sinfônica de Filadélfia; Bruno Walter e a Orquestra Filarmônica de Nova York e Sir Thomas Beecham e a Royal Philarmonic Orchestra. 

O sucesso de tais discos finalmente persuadiu a CapitolRecords a lançar seus LPs em 1949. A RCA Victor fez o mesmo em 1950, seguida imediatamente por outros grandes selos: Decca na Inglaterra e Deutsche Gramophon na Alemanha.

Ao longo dos anos, a Columbia juntou-se à Decca e à RCA Victor especializando-se em álbuns dedicados aos musicais da Broadway com os cantores dos elencos originais. Nos anos 1950, a Columbia começou também a lançar LPs com as trilhas sonoras de filmes de sucesso.

Com o advento do CD (Compact Disc) nos anos 1980, o vinil parecia tornar-se obsoleto. Ao contrário do novo meio, os LPs eram frágeis e qualquer arranhão poderia prejudicar a qualidade sonora. Precisavam ser ainda constantemente limpos e guardados na vertical. O CD, por seu lado, o primeiro meio digital, era mais duradouro, fidedigno e com maior capacidade de armazenamento.

Apesar das evidentes vantagens, o vinil continua subsistir e parece ter ganhado força nos últimos anos. Mesmo com o advento da internet, com os álbuns sendo facilmente descarregados, e o declínio da indústria fonográfica, as lojas de música resistem em aposentar os vinis. Ao contrário, as lojas voltam a dar grande destaque às bolachas, mantendo viva a cultura do vinil.

Esse culto está muito ligado à rivalidade entre o digital e o analógico. Os puristas defendem que o meio digital não tem tanta qualidade quanto o analógico porque elimina as freqüências mais altas e mais baixas, excluindo os ecos e as batidas graves e tornando a música menos natural.

Os colecionadores interessam-se muito mais pelo vinil que pelos CDs. É que nos anos 1970, as capas eram objeto de um cuidado artístico esmerado. Tornavam-se tão importantes e minuciosas que os fãs lhes dedicavam horas para tentar descobrir os menores detalhes escondidos.

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